segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Inauguração da Estrada de Ferro Curitiba - Rio Branco

Ponte de ferro na entrada da cidade de Rio Branco do Sul. O trem passava por cima. Foto: Alessandro Cavassin Alves
A inauguração da Estrada de ferro da Rocinha (Curitiba - Rio Branco do Sul), também denominada de Estrada de ferro do Assunguy, aconteceu no dia 28 de fevereiro de 1909. Ela está publicada no jornal "A República", de Curitiba, no dia 01 de março de 1909.

O jornal "A República" de Curitiba, no dia seguinte da inauguração da nova estrada de ferro Curitiba - Rio Branco, divulgava este fato como aquele que "ficará assinalado na história do progresso paranaense", ao chegar em Rio Branco o apito da "locomotiva anunciando à operosa população daquele belo e rico recanto do nosso território o início de uma nova fase de desenvolvimento comercial e agrícola". 

O trem saiu às 8 horas de Curitiba, trazendo o governador do Paraná Francisco Xavier da Silva, oficiais, imprensa, inclusive um jornalista italiano, banda musical e grande número de convidados. Fez parada na estação de Almirante Tamandaré, inaugurando-a, também. E fez sua "entrada triunfal na gare do Rio Branco (antiga Rocinha)" às 10 horas (apenas duas horas de viagem. E para voltar levaram apenas 1h30min.). A todos os visitantes encantou a chegada do trem, em especial ao passar por cima da belíssima ponte de ferro na entrada da cidade. "Foi um verdadeiro delírio", tendo inclusive queima de fogos (pelo jeito, tradição antiga em nossa região). 

Um fato curioso durante a inauguração foi um discurso inflamado do sr. Aldo Silva, representante do jornal Estado do Paraná, criticando o governo e os erros da nova estrada de ferro. 

HOJE, depois de 100 anos, esperamos ansiosamente a duplicação da Rodovia dos Minérios (que dependendo do horário, você leva quase uma hora e meia  para chegar, por exemplo, no shopping Estação) e que o trajeto da linha do trem seja remanejado para maior segurança de todos e, assim, o "progresso" continue a bater em nossa região. Afinal, assim como o jornalista Aldo Silva, filho do abolicionista e republicano paranaense, Albino José Silva (1850-1905), se não reclamarmos, nossa região será sempre esquecida.

Alessandro Cavassin Alves