Frente as polêmicas do livro O avesso da pele, de Jeferson Tenório, a curiosidade também se torna um fator para a leitura e ainda bem, pois, o tema faz com que tenhamos uma sensibilidade maior para com a temática da chamada educação étnico-racial; e a leitura do romance, traz a trajetória de Pedro, que resgata o passado de sua família, e vem a tona o que significa ser pobre no Brasil, de ser negro, de ser professor, de ser policial, abrangendo um tempo entre as décadas de 1970 a 2010, todas essas condições, tendo como referência a cidade de Porto Alegre em sua maior parte.
Enfim, um livro provocante, que se lido pelo estudante do ensino médio, contribui para a sua formação; que se lido por todo brasileiro, ajuda a entender, através da literatura, a necessidade de pensarmos nossas relações sociais, as nossas relações humanas, e também, questões como a do racismo estrutural, que acaba sendo, o foco deste romance. É através da literatura que podemos pensar num todo na qual estamos inseridos, desde os nossos traumas individuais, até as questões mais complexas da vida social cotidiana; enfim, uma ligação entre estrutura e indivíduo e vice-versa, como nos ensina a Sociologia. E é a tênue relação entre literatura e realidade.
Também, fazia tempo que queria ler algo próximo da realidade do que é ser professor e professora nos dias atuais; todo o desafio que a profissão exige, incluindo os preconceitos contra a mesma. Novamente, a sensibilidade do olhar de Jeferson Tenório, para com os professores. Muito impactante.
Interessante ver a atividade realizada por estudantes sobre o livro: Alunos da Escola Polivalente trabalham "O avesso da pele" em sala de aula: https://www.gaz.com.br/alunos-da-escola-polivalente-trabalham-o-avesso-da-pele-em-sala-de-aula/ (acesso em 03/06/2024).