Buscando entender melhor quem foi José Francisco da Rocha Pombo, peguei para ler Para a História, notas sobre a invasão federalista no Estado do Paraná. Mas, ao longo da leitura e depois de ler vários comentários sobre este livro, há uma grande probabilidade de não ter sido escrito por Rocha Pombo, mas sim por Leôncio Correia. Ou partes do livro seriam de Rocha Pombo, enfim, além do mistério do mesmo não estar completo.
O professor Carlos Alberto Antunes dos Santos teria sido quem encaminhou a publicação da obra (mesmo que parcial), pela Fundação Cultural de Curitiba, como consta no jornal Gazeta do Povo. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/rocha-pombo-a-solidao-de-um-historiador-anitfutteguoxbin4kucfxnbi/
Depois, a obra pode ser melhor estudada. Conferir o texto de João Cândido Martins: “Para a História”: a saga de um livro oculto por 85 anos, por João Cândido Martins — publicado 19/05/2015 14h15, última modificação 03/09/2020 16h55. Disponível em: https://www.curitiba.pr.leg.br/informacao/noticias/201cpara-a-historia201d-a-saga-de-um-livro-oculto-por-85-anos
Por fim, um livro incrível, que, boa parte dele teria sido escrito no calor dos acontecimentos da terrível revolução federalista, que aconteceu entre 1893 e 1894. Após a leitura, é possível identificar toda a injustiça que ambos os lados realizaram, através da violência de uma guerra civil. A luta política e armada entre Pica-paus e Maragatos ou outros nomes dados a esta oposição política. E claro, a denúncia principal foi pela injustiça em forma de assassinato por parte do governo, do Barão de Serro Azul (Idelfonso Pereira Correia), importante figura política e empresarial de Curitiba, de Priscilliano Correia, negociante e político em Paranaguá, de José Joaquim Ferreira de Moura, tesoureiro da delegacia fiscal do Paraná, de José Schleder, também da tesouraria, de Balbino de Mendonça, da secretaria de Governo, e de Mattos Guedes, que também ocupou cargo na tesouraria.
Mas, para além da denúncia da injustiça que o retorno da legalidade trouxe para com os homens assassinados, além de outras tantas barbaridades, o que considerei interessante, é um viés sociológico no final da obra, no estilo durkheimiano, mesmo sem citá-lo, de que esta patologia social pudesse despertar na população brasileira, como um todo, inclusive nos governantes, um senso de aperfeiçoamento moral, em prol de uma evolução para com a construção de uma civilização que não permita mais que tais fatos ocorram na sociedade organizada, construída por meios legais, estabelecidos em uma Constituição Republicana, que defenda a liberdade, a igualdade, e a união.