O romance Orgulho e Preconceito de Jane Austen (Inglaterra, 1775 - 1817), publicado em 1813 (mas pronto já no final do século XVIII), trata da história de famílias inglesas de origem nobre que transitavam entre a vida na área rural e cidades, como a de Londres, mas, principalmente, trata do aspecto moral que envolvia o comportamento dessas famílias, dos pais para com os filhos, dos parentes e amigos, dos vizinhos, das festas, da questão da herança, dos casamentos e seus arranjos, dos soldados, dos criados e, principalmente, do comportamento feminino numa sociedade patriarcal.
Como o livro traz a história das cinco irmãs Bennet e sua família, a perspectiva feminina é fortemente destacada e, neste sentido, pode-se perceber como a autora vai demonstrando como era ser mulher nesta sociedade e, ao mesmo tempo, as possibilidades de reflexão frente a esta situação de imposição de determinadas normas sociais a elas. Daí o destaque para a personagem Elizabeth Bennet, que apesar dos cuidados para que uma determinada ordem moral prevalecesse, ela insinua para outros valores, como a possibilidade da liberdade de escolhas por parte dela.
Destaco esse livro porque, quando se estuda a história dos séculos XVIII e XIX, em especial, das famílias de classe alta, esse romance pode apresentar de forma bastante clara como era o ambiente e como viviam as pessoas neste período histórico e como era a situação feminina, tendo como referência a Inglaterra, mas que não deixa de ser uma realidade também brasileira.
Outro ponto bastante importante do romance é a questão estratégica do casamento, condição da manutenção de um status social, muito mais importante do que a questão de que o casamento seria a realização da felicidade da mulher, da qual Jane Austen procura salientar, mas demonstrando essa dubiedade, casar para ser feliz ou casar por interesses econômicos.
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