segunda-feira, 17 de julho de 2023

21º Congresso Brasileiro de Sociologia em Belém do Pará


Alessandro Cavassin Alves, Belém do Pará

Entre os dias 11 a 14 de julho de 2023, participei do 21º Congresso Brasileiro de Sociologia, organizado pela SBS (Sociedade Brasileira de Sociologia), em Belém do Pará, na UFPA (Universidade Federal do Pará), às margens do rio Guamá. O Congresso de Sociologia teve como tema: Sociologias para pensar o contemporâneo.
Participei do GT 05: Família, Instituições e Poder, apresentando o artigo: Perfil dos Diretores Gerais dos Índios do Paraná no século XIX”. GT coordenado pelos professores Ricardo Costa de Oliveira (UFPR), José Marciano Monteiro (UFCG) e Mônica Helena H. S. Goulart (UTFPR). Momento importante de encontro e discussões no grupo de trabalho. E foram mais de 1700 participantes inscritos nas diversas modalidades de atividades durante o Congresso. Isso demonstra um pouco do potencial das Ciências Sociais e de se pensar o Brasil e o mundo. É necessário uma reflexão constante e ao mesmo tempo atenta sobre a sociedade e seus rumos, caminhos que são realizados por cada um, como diria Max Weber, em enfrentamento de estruturas mantidas por nós.
Minha percepção de Belém, dessa cidade amazônica, da floresta e seus rios; de suas diversas etnias indígenas, que você vai descobrindo conversando com as pessoas locais; o povo paraense; o carimbó; o urubu e a garça; muiraquitã; além de uma gastronomia bastante peculiar, com o açaí, castanha, peixes, jambu, entre tantas outras. E sua história colonial, com a fundação da cidade pelos portugueses, em 1616.
Aproveitei para visitar alguns lugares de Belém (o tempo limitado de um turista). Como o complexo Feliz Lusitânia. A visita guiada apresentou todo  o complexo de edificações de forma crítica, para se pensar o local não apenas em sua arquitetura portuguesa e demais influências europeias, mas também da perspectiva indígena e afrodescendente e das marcas "apagadas", quando se tem um olhar superficial, como o exemplo do muro dos cabanos (cabanagem), no Forte. O incrível mercado ver o peso. E a Estação das Docas.
Belém, ao mesmo tempo, é uma cidade de contrastes sociais, assim como o Brasil. Belém, para quem vem de fora, ajuda a pensar o contemporâneo, tema do Congresso de Sociologia. Nada mais importante do que a cidade ser sede da COP 30, em 2025.
O museu Emílio Goeldi, uma estrutura de ensino e extensão, uma das minhas referências durante o tempo da graduação em Ciências Sociais, na UFPR (1999-2003). Visitar esse museu, saber um pouco mais de sua história e produção científica foi relembrar um pouco de minha história e da importância de locais de divulgação da ciência no Brasil.
A Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré e todo o significado que a igreja e a festa do Círio de Nazaré representa para a população local.
O Theatro da Paz, nome dado em homenagem ao fim da Guerra do Paraguai, construído no período da borracha; a visita guiada no teatro é fantástica; e um teatro em plena atividade.
Passeio de barco para as ilhas e baía do Guajará. Fomos na ilha do Combú. Estar ao lado da Samaúma, árvore rainha da floresta amazônica. E me acompanhou nessa viagem de Curitiba a Belém minha esposa Gislaine (de avião, 2666 km; para quem for de carro, 3176 km).
Faltou tantas coisas ainda, como a ilha de Marajó e outras possibilidades de imersão nesta região amazônica.