Por Alessandro Cavassin Alves
No livro de Nestor Vitor, A TERRA DO FUTURO (Impressões do Paraná). Organização Cassiana Lacerda Caroldo. Farol do Saber, Curitiba, 1996. Publicado originalmente em 1912, no item sobre as belezas naturais do Paraná, destaca a gruta de Tapiruçu. GRUTA DE TAPIRUÇU – “nos bancos calcários que jazem entre o norte e o nordeste de Curitiba, a seis léguas da estrada de rodagem do Assungui. Desde o chamada Vestíbulo, - um pequeno compartimento frouxamente alumiado por tênue réstia de luz puxando a verde, já é muito interessante. O Dr. Monteiro Tourinho, descrevendo a gruta, diz que as particularidades arquitetônicas desta parte da mesma fazem imaginar-se a capela gótica de um mosteiro, quanto, a horas mortas, prestam-se os derradeiros sufrágios a alguns monges. Por escabrosa viela, inçada de agudas estalagmites, passa-se do Vestíbulo para o Salão. Este é uma sala abobada, que sustentam grossas pilastras translúcidas como alabastro, o que a torna semelhante às salas do rés do chão nos antigos castelos feudais. Num canto mana a Fonte Misteriosa, de águas puras e cristalinas. Daí, por uma abertura circular, tem-se passagem par o segundo pavimento da gruta. O caminho é íngreme e tão baixo que só rastros de pode atravessa-lo. Chega-se à Nave. Nesta diz o mesmo Dr. Tourinho que se fica sob o pleno domínio da arquitetura ogival: arrojamento de arcadas, na maneira que caracteriza aquele estilo, e de colunatas em que predominam as linhas verticais sobre as horizontais, severidade de formas, profusão e suntuosidade de ornatos, e esculturas que parecem simbólicas. Aqui como que se eleva um altar, ali nichos com imagens, acolá um púlpito e mais além um grande órgão de tubos prateados. Ao sair da Nave, topa-se uma enorme estalagmite com a figura de um monstro atediluviano; mais adiante, as luzes que se levam projetando-se as estalagmites, produzem surpreendentes efeitos ilusionistas: dá-se outro passo, transformam-se os frades em sátiros; chega-se mais perto e só se vê um incongruente acervo de rochas e toscas saliências tronco-cônicas e cilíndricas. Segundo o Visconde de Taunay, que visitou esta gruta de Tapiruçu, ainda há nela um terceiro pavimento; mas tão empinada é a rampa, as paredes tão juntas e apertadas, o teto tão forrado de agudas pontas e agulhas, sendo além do mais tão resvaladio o solo, que raros se arriscam à perigosa tentativa, muito embora, conforme se diz, essa última sala, a que se chega depois de certa subida, seja ainda mais curiosa e bela do que todas as outras”. (pág. 242-243).
E ainda,uma referência a gruta de Taperussu por Joaquim José Carvalho em 1908:
“Se a Grécia zela a sua Antiparos, se a Bélgica encanta-se com a sua Han-sur-Lesse, se a França deleita-se com a das Moças e a de Osselle, se os Estados Unidos afamam-se com a Mammouth no Kentucky e a de Alabastro na Califórnia nenhuma dessas excede as prodigiosas fabricas, os rememoráveis encantos da nossa Taperussú no Paraná, da do Inferno em Mato Grosso, e da Isabel, no município de Bananal, ao norte do Estado de S. Paulo (...)” (p.4). “Nos bancos calcareos disseminados pelo nordeste de Curitiba, entre muitas e notáveis grutas de estalactites, nota-se a já referida de Taperussú pelo ilustre engenheiro Luis Parigot visitada, descrita e desenhada em 1875, há 32 anos quase, sem contudo ficar nem ter sido até hoje inteira e completamente explorada, (...)” (p.5). In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XII, 1907 São Paulo, Typ. Do diário oficial, 1908. . A Gruta Isabel. Pelo sr. dr. Joaquim José de Carvalho.
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